No Dia Mundial Humanitário, refletimos sobre a importância da solidariedade e da resposta em momentos de crise. Em um mundo marcado por desastres, conflitos e tragédias, a ajuda humanitária é essencial para garantir cuidado, dignidade e esperança a quem mais precisa. É também um momento para reconhecer o trabalho de organizações como o GRAD, que atua na linha de frente em emergências, protegendo pessoas e animais muitas vezes invisibilizados nos atendimentos tradicionais. Continue lendo o artigo e veja como o GRAD transforma realidades e espalha solidariedade.
O que é ajuda humanitária?
Ajuda humanitária é o conjunto de ações e esforços coordenados para oferecer socorro, proteção e dignidade às populações afetadas por situações extremas, como guerras, catástrofes ou emergências de saúde pública. Mais do que uma resposta imediata, trata-se de um esforço estruturado para preservar vidas e reduzir o sofrimento humano, garantindo que necessidades básicas, como acesso a água potável, alimentação adequada, abrigo seguro e cuidados de saúde, sejam atendidas de forma eficiente e tempestiva.
Em contextos de crise, a ajuda humanitária atua também na prevenção de doenças, no apoio psicossocial às comunidades afetadas e na restauração de condições mínimas para a retomada da vida cotidiana.Organizações especializadas, como o GRAD, desempenham um papel essencial nesse contexto, unindo forças com governos, organizações internacionais e comunidades locais para viabilizar respostas rápidas e integradas.
O diferencial do GRAD está em adotar uma abordagem alinhada ao conceito de One Health (Saúde Única), que reconhece a interdependência entre saúde humana, animal e ambiental, garantindo que pessoas e animais recebam atenção simultânea e qualificada.
Quando planejada e executada com base em evidências e práticas consolidadas, a ajuda humanitária não apenas salva vidas, mas também fortalece a resiliência das comunidades e contribui para a construção de um futuro mais seguro e sustentável após o desastre.

Foto: Acervo GRAD Brasil (Operação Acolhida em Pacaraima-RR, 2025)
Animais e desastres: Uma realidade que exige atenção
Desastres como enchentes, incêndios florestais e deslizamentos de terra, causam grande impacto sobre a fauna. Esses eventos provocam a perda súbita de habitat, a interrupção de cadeias alimentares e a exposição dos animais a riscos imediatos, como afogamento, queimaduras, ferimentos e fome.
Além dos danos físicos, os impactos se estendem a longo prazo, pois o aumento da transmissão de doenças, as mudanças no comportamento das espécies e os desequilíbrios ecológicos resultantes comprometem a biodiversidade e a estabilidade dos ecossistemas.
Responder a esses cenários exige equipes treinadas e protocolos especializados para resgate, tratamento e reabilitação, adaptados às necessidades de cada espécie. Além do cuidado emergencial, essa atuação ajuda a garantir a reintegração segura ao ambiente natural ou ao convívio humano.
No Brasil, onde eventos climáticos extremos são cada vez mais frequentes, a ação coordenada de organizações especializadas é essencial para que nenhuma vida, humana ou animal, seja invisibilizada durante a resposta a desastres.
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Proteção animal como parte da resposta humanitária

Foto: Acervo GRAD Brasil (Operação Acolhida em Pacaraima-RR, 2025)
Em operações de ajuda humanitária, o cuidado com os animais é ao mesmo tempo um ato de compaixão e uma medida estratégica para a recuperação das comunidades afetadas. Em muitas regiões, animais domésticos, de produção e até silvestres compõem a base econômica e emocional das famílias, além de desempenharem um papel essencial na proteção e no equilíbrio dos ecossistemas. Quando deixados de lado, a reestruturação social e econômica após um desastre se torna mais lenta e difícil.
A integração entre resposta humanitária e proteção animal exige logística planejada, equipes capacitadas e recursos adequados. Isso inclui resgate, transporte seguro, triagem veterinária, atendimento emergencial, manejo em abrigos temporários, vacinação, ações de prevenção de zoonoses e até campanhas de adoção.
Essa abordagem, ainda rara no Brasil, demonstra que a ajuda humanitária mais eficaz é aquela que considera a interdependência entre saúde humana, animal e ambiental. Ao incluir os animais na resposta a desastres, protegemos a biodiversidade, reduzimos riscos sanitários e fortalecemos a resiliência das comunidades diante de futuras crises.
Ações Humanitárias do GRAD em 2025: Um ano de desafios e conquistas
Em 2025, o GRAD vem ampliando de forma expressiva sua presença em operações de ajuda humanitária, atuando de maneira integrada no resgate de animais e no apoio a comunidades afetadas por desastres. Ao lado de parceiros nacionais e internacionais, consolida-se como referência em resposta rápida e especializada no Brasil e no exterior. A seguir, confira algumas das principais ações que marcaram este ano desafiador:

Foto: Acervo GRAD Brasil (CASAI – Animais Yanomami, 2025)
No início do ano, a equipe esteve em Roraima, oferecendo atendimento veterinário a animais acolhidos na Casa de Saúde Indígena (CASAI). Meses depois, no mesmo estado, participamos da Operação Acolhida em Pacaraima e Boa Vista, colaborando com o Exército e a Força Aérea Brasileira na implantação de protocolos sanitários e atendimentos clínicos em abrigos para imigrantes venezuelanos, foram mais de 400 animais castrados, vacinados e microchipados.
A equipe do GRAD esteve em São Paulo, apoiando o resgate e o atendimento de animais vítimas das enchentes em Peruíbe, além de atuar no cuidado dos animais resgatados durante a Desocupação da Favela do Moinho, na capital. No Piauí, mais precisamente em Picos, o grupo participou de operações emergenciais, oferecendo atendimentos veterinários, vacinação e orientação em saúde coletiva para animais afetados pelas chuvas.

Foto: Acervo GRAD Brasil (Peruíbe/SP, 2025)
Dando continuidade às ações, no Paraná, em parceria com a UFPR e outras instituições, o GRAD realizou atendimentos clínicos e protocolos sanitários na Terra Indígena de Rio das Cobras, a maior do estado, fortalecendo ações integradas de saúde coletiva. No Quilombo de Mato Dentro, em Minas Gerais, promoveu a vacinação e controle de doenças em mais de 100 animais.
No município de Igarassu, Pernambuco, a atuação foi focada no suporte a protetores e abrigos atingidos por enchentes. No Sul do país, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a equipe esteve presente, colaborando no resgate de animais vítimas das fortes inundações e auxiliando famílias e ONGs locais.
Recentemente, nossa equipe esteve junto ao INEA (Instituto Estadual do Ambiente) e a superintendência de bem-estar animal de Angra dos Reis/RJ, para uma missão de castração e protocolos sanitários em felinos domésticos (selvagens) que habitam na Praia do Aventureiro, em Ilha Grande, uma área de conservação ambiental da região.
Por fim, ampliando sua atuação internacional, o GRAD foi oficialmente convidado pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução de Desastres (INGD) do governo de Moçambique, para um intercâmbio técnico, orientando autoridades locais na gestão estratégica de respostas a desastres envolvendo a fauna local.
Essas são algumas das principais ações humanitárias do GRAD até o momento neste ano, reforçando seu compromisso inovador com o bem-estar animal, a saúde coletiva e a proteção social em comunidades vulneráveis e cenários emergenciais.
A memória e a construção de uma cultura de solidariedade

Foto: Diego Baravelli (TI Yanomami)
Relembrar datas como o Dia Mundial Humanitário ajuda a fortalecer a memória coletiva sobre a importância da solidariedade e do trabalho em equipe em momentos de crise. O GRAD valoriza essa memória como forma de reconhecer os esforços dos voluntários e profissionais, além de inspirar novos agentes de mudança.
A construção de uma cultura humanitária integrada, que inclua o cuidado com pessoas e animais, é parte essencial dessa visão. Ela se materializa em capacitações, campanhas de conscientização, parcerias e ações que mostram, na prática, que nenhuma vida deve ser invisibilizada em situações de crise. É assim que se constrói um futuro mais justo, resiliente e sustentável.
Como apoiar o trabalho humanitário do GRAD
O GRAD depende do apoio da sociedade para continuar sua missão. É graças à colaboração de voluntários, doadores e parceiros que conseguimos oferecer resposta rápida em desastres, garantindo cuidado a pessoas e animais em momentos críticos.
No Dia Mundial Humanitário, e em todos os outros dias do ano, apoiar iniciativas como o GRAD é investir em uma ajuda humanitária mais eficiente, inclusiva e solidária. Cada contribuição fortalece nossa capacidade de salvar vidas e transformar realidades.
Faça parte dessa rede de solidariedade: seja voluntário, apoie com doações e compartilhe nossas ações.
Você pode contribuir diretamente através do pix: [email protected]
Escrito por: Maria Laura Gonçalves Costa – Greenbond Conservation
Revisado por: Juliana Cuoco Badari – Greenbond Conservation