Os desastres ambientais representam eventos que geram impactos devastadores no meio ambiente, afetando a fauna, a flora e as comunidades humanas. Neste texto, exploramos os principais tipos de desastres, desde enchentes e incêndios até rompimentos de barragens, analisando suas causas, impactos econômicos e sociais, e as consequências a longo prazo.
O que são desastres ambientais?
Desastres ambientais são eventos que resultam em danos significativos ao meio ambiente, à vida animal e humana e aos ecossistemas. São cenários que causam destruição e sofrimento, seja pela força da natureza, desastres naturais, ou pela ação humana.
Quando falamos em desastres naturais, lembramos de características como enchentes, secas, incêndios florestais e tempestades. Muitos desses eventos, embora naturais, são intensificados por nossas ações, como o desmatamento, a mineração e as mudanças climáticas.
Os desastres ambientais resultam tanto das transformações e do crescimento da sociedade quanto do modelo de desenvolvimento global adotado e dos fatores socioambientais associados aos modos de vida que geram vulnerabilidades sociais — e, por consequência, à exposição a desastres.
Os impactos resultantes, que podem perdurar por anos, se manifestam em diversas esferas, desde a destruição da biodiversidade até o comprometimento da saúde e da estabilidade econômica das comunidades afetadas.
Impactos ambientais na biodiversidade e ecossistemas
Os desastres ambientais não são eventos isolados, mas processos sociais que se acumulam e se intensificam ao longo do tempo.
Os impactos ambientais podem ser sentidos a curto, médio e longo prazo, dependendo do tipo de evento. Em alguns casos, as perdas são imensuráveis, afetando diretamente a biodiversidade, a saúde humana, a economia e as comunidades locais.
Consequências dos desastres ambientais
Desastres ambientais resultam em perdas imediatas de vidas humanas e animais, causando danos profundos e irreversíveis aos habitats naturais. Interromperam funções essenciais dos ecossistemas, como a purificação da água, a fertilidade do solo e a regulação climática. A destruição de florestas, rios e áreas costeiras dificulta a regeneração desses ambientes, agravando vulnerabilidades locais e potencializando futuros desastres.
Além disso, as regiões afetadas enfrentam riscos elevados de doenças infecciosas e respiratórias. A fumaça das queimadas, por exemplo, prejudica a qualidade do ar, afetando especialmente crianças e idosos. A escassez de água limpa durante e após enchentes ou secas também aumenta o risco de doenças.
Do ponto de vista econômico, os desastres ambientais geram custos elevados com a destruição da infraestrutura e a recuperação das atividades produtivas. Agricultores, pescadores e pequenas empresas são particularmente afetados, já que uma interrupção na produção pode levar anos para ser revertida.
Comunidades mais vulneráveis, como povos indígenas e pessoas de baixa renda, sofrem de forma mais intensa, exacerbando as desigualdades sociais. Essas situações, muitas vezes colocadas em áreas de risco, enfrentam maiores dificuldades de acesso a recursos e apoio para o pessoal de suas vidas.
Muitos desses desastres, como queimadas e desmatamento, aumentam as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global. Esse ciclo de retroalimentação intensifica eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e enchentes mais severas.
Desastres ambientais no Brasil
Definir qual foi o maior desastre ambiental da história do Brasil não é uma tarefa simples. Ao longo dos anos, eventos marcantes causaram impactos profundos na vida, no meio ambiente e na economia, destacando a vulnerabilidade do país a diversos tipos de desastres.
Enchentes e deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro
Em janeiro de 2011, fortes chuvas causaram enchentes e deslizamentos que devastaram cidades como Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis na região Serrana do Rio de Janeiro. Mais de 900 pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas. Esse evento marcou o início da trajetória do GRAD no resgate e assistência aos animais.
Rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais
Em novembro de 2015, houve o rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, liberando 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração que destruíram o distrito de Bento Rodrigues e poluíram o Rio Doce, afetando centenas de pessoas e a biodiversidade local.
Incêndios no Pantanal 2020
Os incêndios no Pantanal em 2020, intensificados por condições de seca extrema, devastaram cerca de 30% da área do bioma, causando a morte de milhares de animais e danos graves ao ecossistema. Foi um dos maiores incêndios registrados na região.
Rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais
Em janeiro de 2019, ocorreu o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, também em Minas Gerais, liberando 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos e causando a morte de 270 pessoas, além de um grande impacto ambiental e econômico na região.
Mancha de óleo no litoral nordestino
Em agosto de 2019, uma mancha de óleo de origem desconhecida começou a atingir o litoral nordestino, afetando 11 estados brasileiros. Foi um dos maiores desastres ambientais nas águas brasileiras, prejudicando a fauna marinha e a subsistência das comunidades locais.
Enchentes e deslizamentos em Petrópolis, Rio de Janeiro
Em fevereiro de 2022, Petrópolis foi novamente afetada por chuvas intensas que causaram enchentes e deslizamentos, deixando mais de 200 mortos e milhares de desabrigados.
Esses eventos destacam a vulnerabilidade do Brasil aos desastres ambientais, incluindo desastres naturais e provocados pela ação humana, agravados por mudanças climáticas, desmatamento e falta de planejamento. Em muitas regiões, há uma ausência de políticas públicas, medidas para prevenção e mitigação de riscos, assim como uma carência de infraestrutura para monitorar e responder a desastres de maneira ágil.
A falta de planejamento urbano e o crescimento desordenado aumentam a exposição dos ambientes a inundações, deslizamentos e secas, que se tornam mais frequentes e intensas devido às alterações climáticas. A ocupação irregular de áreas de risco, aliada à ausência de ações preventivas, intensifica o impacto dos desastres ambientais e coloca em risco comunidades inteiras, bem como a fauna, a flora e os recursos naturais essenciais para a sobrevivência de ecossistemas inteiros.
Esse contexto evidencia a urgência de políticas integradas de gestão de riscos ambientais, que incluem o planejamento urbano responsável, a fiscalização do uso sustentável dos recursos e a implementação de sistemas de alerta e resposta rápida, essenciais para reduzir os danos de futuros desastres.
Resgate de animais em desastres ambientais
Em um desastre ambiental, tanto os seres humanos quanto os animais enfrentam impactos profundos e devastadores. Por isso, uma resposta rápida e coordenada é fundamental para reduzir os danos e aliviar o sofrimento de todos os afetados.
O resgate de animais em cenários de desastre é uma atividade que exige uma abordagem técnica e especializada. A complexidade das situações exige treinamento adequado, conhecimento sobre as espécies afetadas, uso de equipamentos específicos e aplicação de protocolos de segurança tanto para os animais quanto para as equipes de resgate.
Um resgate bem-sucedido além de salvar vidas também contribui para a recuperação dos ecossistemas e da biodiversidade local, que muitas vezes ficam gravemente comprometidos após desastres ambientais.
Do ponto de vista ético, os animais são seres sencientes, capazes de sentir dor, estresse e medo. O resgate de animais em momentos de crise é uma forma de proteger seres vulneráveis e de reconhecer o valor de suas vidas, reafirmando o compromisso da sociedade com o bem-estar animal.
O resgate de animais em desastres ambientais também tem implicações importantes para a saúde pública. Muitos animais domésticos e selvagens podem, em situações de estresse e deslocamento, contrair e transmitir doenças tanto para outros animais quanto para seres humanos. Ao realizar resgates de forma organizada, é possível reduzir o risco de surtos de doenças, prevenir a contaminação de áreas habitadas por populações humanas e garantir a segurança sanitária nas regiões afetadas.
Organizações como a GRAD têm um papel fundamental nesse contexto. Essas equipes além de se dedicarem ao resgate físico dos animais, também oferecem suporte técnico e logístico, que inclui alimentação, cuidados médicos e, muitas vezes, a relocação dos animais para áreas seguras. Essas ações desativam um nível alto de preparação e recursos, com profissionais especializados em atendimento emergencial e protocolos de resgate e tratamento adequados.
O GRAD já realizou mais de 60 operações, resgatando mais de 20 mil animais e atendendo mais de 10 mil famílias. Com uma equipe de profissionais especializados em diversas áreas e com habilidades técnicas diversas, o GRAD está preparado para atuar em diversos tipos de desastres.
O papel das comunidades e como você pode ajudar
Em momentos de tragédia, é comum surgirem sentimentos de comoção e impotência diante de um desastre ambiental. No entanto, a comunidade tem um papel fundamental e necessário que pode ajudar a minimizar os danos, oferecer suporte aos afetados e contribuir para a recuperação do ambiente.
A união de esforços locais e o apoio mútuo se tornam essenciais diante de crises, e a mobilização comunitária fortalece ações de resgate, assistência e conscientização.
A comunidade tem um papel importante na cobrança e incentivo de políticas públicas que fortalecem a prevenção de desastres e a gestão ambiental sustentável. Além disso, ações como participar de reuniões, apoiar projetos de conservação e fiscalizar áreas de risco ajudaram a investir em investimentos em soluções de longo prazo, prevenindo o agravamento de desastres.
A comunicação também se torna um recurso fundamental. A comunidade pode ajudar ao compartilhar informações confiáveis sobre seguros locais, atualizações e recursos disponíveis, e usar as redes sociais para promover campanhas de arrecadação. Evitar espalhar barcos e desinformação é igualmente importante para que o auxílio chegue a quem mais precisa.
Em situações de crise, a necessidade de suprimentos, como alimentos, roupas, água potável, remédios e materiais de primeiros socorros, aumenta significativamente. Doações financeiras também são importantes, pois permitem que as organizações comprem itens específicos para o momento e ajam rapidamente. É possível contribuir com ONGs especializadas, como a GRAD, que direcionam esses recursos de forma eficiente para a proteção de pessoas, animais e áreas afetadas.
Abrigos temporários para pessoas e animais precisam de apoio constante. A comunidade pode se envolver na criação e manutenção desses espaços, ajudando a fornecer um local seguro para os afetados. Participar como voluntário em resgates de animais ou oferecer lares temporários para animais desalojados contribui para reduzir a superlotação de abrigos e dar suporte psicológico às famílias que precisam deixar seus animais sob cuidados.
A atuação da comunidade é essencial para a construção de uma resposta eficaz a desastres ambientais. Quando organizada, a população consegue agir rapidamente, oferecendo suporte local, auxiliando as equipes de resgate e colaborando para a recuperação do meio ambiente. Dessa forma, além da comunidade ajudar a reduzir as perdas e danos, também fortalece os laços locais e constrói uma sociedade mais preparada e resiliente.
Para garantir que o GRAD continue salvando vidas e prestando assistência aos animais e comunidades afetadas por desastres, sua ajuda é fundamental! Faça uma doação e contribua para que o GRAD realize sua missão de forma eficaz. Acesse este link para saber como ajudar.
Escrito por: Rubia Rempalski – Greenbond Conservation
Revisado por: Júlia Quintaneiro – Greenbond Conservation