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Desastres ambientais: Impactos ambientais e como ajudar

Por 22 de novembro de 2024Blog

Os desastres ambientais representam eventos que geram impactos devastadores no meio ambiente, afetando a fauna, a flora e as comunidades humanas. Neste texto, exploramos os principais tipos de desastres, desde enchentes e incêndios até rompimentos de barragens, analisando suas causas, impactos econômicos e sociais, e as consequências a longo prazo. 

 

O que são desastres ambientais? 

 

Desastres ambientais são eventos que resultam em danos significativos ao meio ambiente, à vida animal e humana e aos ecossistemas. São cenários que causam destruição e sofrimento, seja pela força da natureza, desastres naturais, ou pela ação humana.

Quando falamos em desastres naturais, lembramos de características como enchentes, secas, incêndios florestais e tempestades. Muitos desses eventos, embora naturais, são intensificados por nossas ações, como o desmatamento, a mineração e as mudanças climáticas.

Foto: Acervo GRAD Brasil. Enchente em Goiânia, Goiás, maio de 2022.

Os desastres ambientais resultam tanto das transformações e do crescimento da sociedade quanto do modelo de desenvolvimento global adotado e dos fatores socioambientais associados aos modos de vida que geram vulnerabilidades sociais — e, por consequência, à exposição a desastres.

Os impactos resultantes, que podem perdurar por anos, se manifestam em diversas esferas, desde a destruição da biodiversidade até o comprometimento da saúde e da estabilidade econômica das comunidades afetadas.

 

Impactos ambientais na biodiversidade e ecossistemas  

 

Os desastres ambientais não são eventos isolados, mas processos sociais que se acumulam e se intensificam ao longo do tempo.

Os impactos ambientais podem ser sentidos a curto, médio e longo prazo, dependendo do tipo de evento. Em alguns casos, as perdas são imensuráveis, afetando diretamente a biodiversidade, a saúde humana, a economia e as comunidades locais.

Incêndios do Pantanal em 2020.

Foto: Fernando Faciole. Incêndios do Pantanal em 2020.

Consequências dos desastres ambientais 

 

Desastres ambientais resultam em perdas imediatas de vidas humanas e animais, causando danos profundos e irreversíveis aos habitats naturais. Interromperam funções essenciais dos ecossistemas, como a purificação da água, a fertilidade do solo e a regulação climática. A destruição de florestas, rios e áreas costeiras dificulta a regeneração desses ambientes, agravando vulnerabilidades locais e potencializando futuros desastres.

Além disso, as regiões afetadas enfrentam riscos elevados de doenças infecciosas e respiratórias. A fumaça das queimadas, por exemplo, prejudica a qualidade do ar, afetando especialmente crianças e idosos. A escassez de água limpa durante e após enchentes ou secas também aumenta o risco de doenças.

Do ponto de vista econômico, os desastres ambientais geram custos elevados com a destruição da infraestrutura e a recuperação das atividades produtivas. Agricultores, pescadores e pequenas empresas são particularmente afetados, já que uma interrupção na produção pode levar anos para ser revertida.

Comunidades mais vulneráveis, como povos indígenas e pessoas de baixa renda, sofrem de forma mais intensa, exacerbando as desigualdades sociais. Essas situações, muitas vezes colocadas em áreas de risco, enfrentam maiores dificuldades de acesso a recursos e apoio para o pessoal de suas vidas.

Atuação do GRAD em comunidade indígena do Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024.

Foto: Acervo GRAD Brasil. Atuação do GRAD em comunidade indígena do Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024.

Muitos desses desastres, como queimadas e desmatamento, aumentam as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global. Esse ciclo de retroalimentação intensifica eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e enchentes mais severas.

 

Desastres ambientais no Brasil 

 

Definir qual foi o maior desastre ambiental da história do Brasil não é uma tarefa simples. Ao longo dos anos, eventos marcantes causaram impactos profundos na vida, no meio ambiente e na economia, destacando a vulnerabilidade do país a diversos tipos de desastres.

 

Enchentes e deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro

 

Em janeiro de 2011, fortes chuvas causaram enchentes e deslizamentos que devastaram cidades como Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis na região Serrana do Rio de Janeiro. Mais de 900 pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas. Esse evento marcou o início da trajetória do GRAD no resgate e assistência aos animais.

 

Rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais

 

Em novembro de 2015, houve o rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, liberando 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração que destruíram o distrito de Bento Rodrigues e poluíram o Rio Doce, afetando centenas de pessoas e a biodiversidade local.

Atuação do GRAD no rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, em 2015.

Foto: Acervo GRAD Brasil. Atuação do GRAD no rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, em 2015.

Incêndios no Pantanal 2020

 

Os incêndios no Pantanal em 2020, intensificados por condições de seca extrema, devastaram cerca de 30% da área do bioma, causando a morte de milhares de animais e danos graves ao ecossistema. Foi um dos maiores incêndios registrados na região.

 

Rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais

 

Em janeiro de 2019, ocorreu o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, também em Minas Gerais, liberando 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos e causando a morte de 270 pessoas, além de um grande impacto ambiental e econômico na região.

 

Mancha de óleo no litoral nordestino

 

Em agosto de 2019, uma mancha de óleo de origem desconhecida começou a atingir o litoral nordestino, afetando 11 estados brasileiros. Foi um dos maiores desastres ambientais nas águas brasileiras, prejudicando a fauna marinha e a subsistência das comunidades locais.

 

Enchentes e deslizamentos em Petrópolis, Rio de Janeiro

 

Em fevereiro de 2022, Petrópolis foi novamente afetada por chuvas intensas que causaram enchentes e deslizamentos, deixando mais de 200 mortos e milhares de desabrigados

Resgate de animais na tragédia de Petrópolis, 2022.

Foto: Acervo GRAD Brasil. Atuação do GRAD em resposta à tragédia de Petrópolis, 2022.

Esses eventos destacam a vulnerabilidade do Brasil aos desastres ambientais, incluindo desastres naturais e provocados pela ação humana, agravados por mudanças climáticas, desmatamento e falta de planejamento. Em muitas regiões, há uma ausência de políticas públicas, medidas para prevenção e mitigação de riscos, assim como uma carência de infraestrutura para monitorar e responder a desastres de maneira ágil.

A falta de planejamento urbano e o crescimento desordenado aumentam a exposição dos ambientes a inundações, deslizamentos e secas, que se tornam mais frequentes e intensas devido às alterações climáticas. A ocupação irregular de áreas de risco, aliada à ausência de ações preventivas, intensifica o impacto dos desastres ambientais e coloca em risco comunidades inteiras, bem como a fauna, a flora e os recursos naturais essenciais para a sobrevivência de ecossistemas inteiros.

Esse contexto evidencia a urgência de políticas integradas de gestão de riscos ambientais, que incluem o planejamento urbano responsável, a fiscalização do uso sustentável dos recursos e a implementação de sistemas de alerta e resposta rápida, essenciais para reduzir os danos de futuros desastres.

 

Resgate de animais em desastres ambientais

 

Em um desastre ambiental, tanto os seres humanos quanto os animais enfrentam impactos profundos e devastadores. Por isso, uma resposta rápida e coordenada é fundamental para reduzir os danos e aliviar o sofrimento de todos os afetados.

O resgate de animais em cenários de desastre é uma atividade que exige uma abordagem técnica e especializada. A complexidade das situações exige treinamento adequado, conhecimento sobre as espécies afetadas, uso de equipamentos específicos e aplicação de protocolos de segurança tanto para os animais quanto para as equipes de resgate. 

Resgate de animais no Rio Grande do Sul em maio de 2024.

Foto: Acervo GRAD Brasil. Animais resgatados pelo GRAD no Rio Grande do Sul em maio de 2024.

Um resgate bem-sucedido além de salvar vidas também contribui para a recuperação dos ecossistemas e da biodiversidade local, que muitas vezes ficam gravemente comprometidos após desastres ambientais.

Do ponto de vista ético, os animais são seres sencientes, capazes de sentir dor, estresse e medo. O resgate de animais em momentos de crise é uma forma de proteger seres vulneráveis ​​e de reconhecer o valor de suas vidas, reafirmando o compromisso da sociedade com o bem-estar animal. 

O resgate de animais em desastres ambientais também tem implicações importantes para a saúde pública. Muitos animais domésticos e selvagens podem, em situações de estresse e deslocamento, contrair e transmitir doenças tanto para outros animais quanto para seres humanos. Ao realizar resgates de forma organizada, é possível reduzir o risco de surtos de doenças, prevenir a contaminação de áreas habitadas por populações humanas e garantir a segurança sanitária nas regiões afetadas.

Organizações como a GRAD têm um papel fundamental nesse contexto. Essas equipes além de se dedicarem ao resgate físico dos animais, também oferecem suporte técnico e logístico, que inclui alimentação, cuidados médicos e, muitas vezes, a relocação dos animais para áreas seguras. Essas ações desativam um nível alto de preparação e recursos, com profissionais especializados em atendimento emergencial e protocolos de resgate e tratamento adequados.

 

Animais passando por protocolo sanitário para prevenção de doenças após enchentes no Rio Grande do Sul.

Foto: Acervo GRAD Brasil. Animais passando por protocolo sanitário para prevenção de doenças após enchentes no Rio Grande do Sul.

O GRAD já realizou mais de 60 operações, resgatando mais de 20 mil animais e atendendo mais de 10 mil famílias. Com uma equipe de profissionais especializados em diversas áreas e com habilidades técnicas diversas, o GRAD está preparado para atuar em diversos tipos de desastres.

 

O papel das comunidades e como você pode ajudar

 

Em momentos de tragédia, é comum surgirem sentimentos de comoção e impotência diante de um desastre ambiental. No entanto, a comunidade tem um papel fundamental e necessário que pode ajudar a minimizar os danos, oferecer suporte aos afetados e contribuir para a recuperação do ambiente. 

A união de esforços locais e o apoio mútuo se tornam essenciais diante de crises, e a mobilização comunitária fortalece ações de resgate, assistência e conscientização.

 

Parceria com defesa civil do Acre em atuação no estado em abril de 2023.

Foto: Acervo GRAD Brasil. Parceria com defesa civil do Acre em atuação no estado em abril de 2023.

A comunidade tem um papel importante na cobrança e incentivo de políticas públicas que fortalecem a prevenção de desastres e a gestão ambiental sustentável. Além disso, ações como participar de reuniões, apoiar projetos de conservação e fiscalizar áreas de risco ajudaram a investir em investimentos em soluções de longo prazo, prevenindo o agravamento de desastres.

A comunicação também se torna um recurso fundamental. A comunidade pode ajudar ao compartilhar informações confiáveis ​​sobre seguros locais, atualizações e recursos disponíveis, e usar as redes sociais para promover campanhas de arrecadação. Evitar espalhar barcos e desinformação é igualmente importante para que o auxílio chegue a quem mais precisa.

Em situações de crise, a necessidade de suprimentos, como alimentos, roupas, água potável, remédios e materiais de primeiros socorros, aumenta significativamente. Doações financeiras também são importantes, pois permitem que as organizações comprem itens específicos para o momento e ajam rapidamente. É possível contribuir com ONGs especializadas, como a GRAD, que direcionam esses recursos de forma eficiente para a proteção de pessoas, animais e áreas afetadas.

Abrigos temporários para pessoas e animais precisam de apoio constante. A comunidade pode se envolver na criação e manutenção desses espaços, ajudando a fornecer um local seguro para os afetados. Participar como voluntário em resgates de animais ou oferecer lares temporários para animais desalojados contribui para reduzir a superlotação de abrigos e dar suporte psicológico às famílias que precisam deixar seus animais sob cuidados.

 

Animal em abrigo no Rio Grande do Sul, após a enchente.

Foto: Acervo GRAD Brasil. Animal em abrigo no Rio Grande do Sul, após a enchente.

A atuação da comunidade é essencial para a construção de uma resposta eficaz a desastres ambientais. Quando organizada, a população consegue agir rapidamente, oferecendo suporte local, auxiliando as equipes de resgate e colaborando para a recuperação do meio ambiente. Dessa forma, além da comunidade ajudar a reduzir as perdas e danos, também fortalece os laços locais e constrói uma sociedade mais preparada e resiliente.

Para garantir que o GRAD continue salvando vidas e prestando assistência aos animais e comunidades afetadas por desastres, sua ajuda é fundamental! Faça uma doação e contribua para que o GRAD realize sua missão de forma eficaz. Acesse este link para saber como ajudar.

 

Escrito por: Rubia Rempalski – Greenbond Conservation 

Revisado por: Júlia Quintaneiro – Greenbond Conservation